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A banana e o café: uma conversa inusitada sobre os preços

Era uma manhã qualquer quando a banana, na sua eterna simplicidade, começou a se preocupar. Ela estava pendurada no cacho, pensando nas últimas notícias do mercado. Seu preço, que antes era modesto, tinha subido de forma assustadora. O que antes era uma fruta acessível, agora parecia um luxo. Ela, que sempre foi a preferida no café da manhã de muitos brasileiros, sentia-se desconfortável com a ascensão do seu preço.

“Eu não entendo mais nada. Só ontem, o café estava mais barato que eu! Como pode isso? Até os ovos parecem mais caros agora, e a carne, então… virou quase um item de colecionador!” pensava a banana, balançando-se um pouco na fruteira.

O café, ali ao lado, já estava acostumado com a volatilidade dos preços, mas até ele sentia a pressão. “É, a vida não tá fácil, minha amiga. A galera reclama que o preço do pão subiu, mas nem percebem que eu também estou mais caro. Eu sempre fui a estrela do café da manhã, mas agora, quem pode me pagar todo dia, com esses preços?”

Ouvindo a conversa, o ovo, que passava por ali com seu casquinho ainda frágil, não pôde deixar de intervir. “Vocês dois acham que estão mal? Eu sou o vilão da história! Um dia sou um simples complemento, e no outro sou item de luxo. O pior é que, com a alta do combustível, meu preço parece não ter fim. Não sei nem como vai ser amanhã. A carne já está tão cara que a galera só me escolhe quando tem um desconto, mas mesmo assim…”

A banana, agora preocupada, suspirou: “E eu? Eu que sempre fui uma opção barata e nutritiva, agora me vejo na mesma prateleira de preços altos! Como vou ajudar as famílias a se alimentar de forma saudável? Sinto que estou sendo deixada para trás…”

A carne, que estava ali do lado, com seu preço já nas alturas, escutava atenta e não quis deixar a chance passar. “Vejam só, meus amigos, se até nós, que somos os ícones das refeições, estamos em alta, o que dirão dos mais simples, como vocês? Só espero que as pessoas continuem priorizando a alimentação saudável. Eu posso até estar mais caro, mas a qualidade do que se come importa.”

O café suspirou fundo e falou: “Nós estamos todos em um grande dilema. Como fazer parte de uma alimentação balanceada quando cada item da nossa refeição se tornou uma pequena fortuna?”

E assim, ali, na prateleira de um supermercado qualquer, os alimentos conversavam sobre os preços elevados, tentando entender como chegaram ali. O aumento de preços parecia um ciclo sem fim, em que o custo da vida afetava até mesmo as coisas mais simples e cotidianas. Mas, no fim, o que se percebia era que todos eles, independentemente do preço, tinham o mesmo papel essencial: alimentar e sustentar quem os escolhesse, mesmo que cada vez mais fosse um luxo.

E no fim das contas, a banana, o café, os ovos e a carne se olharam, compreendendo que, enquanto o valor das coisas aumentava, o valor das relações e das escolhas alimentares ainda estava em jogo. Que, na balança da vida, mais que o preço, era o que se fazia com o que se tinha que realmente importava.

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