O acordo entre Carlo Ancelotti e CBF para que o italiano assuma o comando da seleção brasileira está avançado. No entanto, conforme revelou o apresentador André Rizek no “Seleção sportv” desta terça-feira, dois fatores preocupam o treinador: a segurança no Brasil e a instabilidade política na CBF.
As conversas foram conduzidas pelos empresários Álvaro Costa e Diego Fernandes na Espanha, com contatos direto à distância entre Ednaldo Rodrigues e o próprio italiano. A expectativa da CBF é que Ancelotti se despeça do Real Madrid depois da última rodada do Campeonato Espanhol, em 25 de maio, e chegue ao Brasil no dia seguinte.
Segundo Rizek, pessoas próximas a Ancelotti ainda não dão o acordo como certo, especialmente por causa de duas razões. A primeira delas é a segurança no Brasil.
— No contrato que fez em 23, o Ancelotti assinou que ia morar no Brasil. A CBF faz questão de que ele more no Brasil. Desta vez, ele está colocando alguns empecilhos. Ele sofreu um assalto quando dirigiu o Everton (em 2021), a casa dele foi assaltada na Inglaterra. Há uma preocupação da família dele com segurança no Brasil. E ele, por exemplo, está alegando que o Scaloni, técnico da Argentina, mora na Espanha. Por que ele não poderia morar na Europa? Isso está na mesa ainda — disse o apresentador.
Em 2023, Carlo Ancelotti chegou a assinar um compromisso com o presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, para comandar a Seleção a partir do ano seguinte. No entanto, o dirigente acabou destituído pela Justiça do comando da entidade e, com a evolução dos resultados do Real Madrid, o italiano decidiu renovar seu contrato com o clube espanhol em dezembro de 2023.
Quando voltou à presidência da CBF, também por via judicial, em janeiro de 2024, Ednaldo Rodrigues não tinha mais a possibilidade de contratar Ancelotti. Assim, decidiu trocar Fernando Diniz por Dorival Júnior. Com a demissão de Dorival há um mês, o dirigente voltou suas atenções novamente para o técnico italiano. Além da segurança, a instabilidade na entidade é um ponto de atenção de Ancelotti.
— Da outra vez, o Ancelotti assinou um termo de compromisso e, no momento em que ele se vê na encruzilhada com o Real Madrid para saber se ia prorrogar ou não o contrato, a CBF estava sem presidente, afastado pela Justiça. Ele está fazendo perguntas sobre o atual momento político da CBF. O que pode acontecer nos próximos meses? Há garantia de estabilidade? Mudou em relação àquele período que ele fecha um contrato e aí o presidente com quem ele fechou o contrato é afastado? Ele está buscando informações sobre o assunto. A CBF está vivendo um momento de grande turbulência — ressaltou Rizek.
A lista larga com nomes convocados para as partidas contra Equador, fora de casa, dia 5 de junho, e Paraguai, em São Paulo, dia 10 de junho, deverá ser enviada para a Fifa até 18 de maio. Ela deve ser feita por dois funcionários da CBF: o coordenador de seleções masculinas Rodrigo Caetano e o gerente técnico Juan.
Ednaldo Rodrigues não abre mão de que o novo treinador anuncie os 23 que vão defender o país, mas não há empecilhos para que isso aconteça a partir do dia 26, por exemplo, já ao término do Espanhol.
Fonte: GE Globo / Foto: Getty Imagens