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Trump anuncia tarifa de 30% sobre importações do México e da União Europeia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou novas tarifas de 30% para o México e a União Europeia (UE). A medida está prevista para entrar em vigor em 1º de agosto.

As cartas foram enviadas para a presidente do México, Claudia Sheinbaum, e para a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen. Até o momento, pelo menos 25 notificações já foram enviadas pelo republicano a seus parceiros comerciais. Veja a lista de países ao final desta reportagem.

A carta ao México segue o mesmo padrão da notificação enviada ao Canadá, na última quinta-feira (10). Nesse caso, o presidente norte-americano também indicou que as taxas foram estipuladas para “lidar com a crise nacional do fentanil”.

“Os Estados Unidos impôs tarifas ao México para lidar com a crise do fentanil da nossa nação, que é causada, em parte, pela falha do México em deter os cartéis, que são compostos pelas pessoas mais desprezíveis que já caminharam sobre a Terra, de despejar essas drogas em nosso país”, diz o republicano em sua carta.

Segundo Trump, apesar de o México ter ajudado a proteger a fronteira com os Estados Unidos — medida que é parte das negociações feitas entre os dois países desde o começo do ano — os feitos conquistados ainda não foram suficientes.

“O México ainda não conseguiu deter os cartéis que tentam transformar toda a América do Norte em um playground do narcotráfico. Obviamente, não posso permitir que isso aconteça!”, afirmou o republicano no documento.

Já na notificação enviada à presidente da Comissão Europeia, Trump afirmou que a carta demonstra a “força e o compromisso” dos Estados Unidos em continuar suas relações comerciais com o bloco europeu, apesar dos déficits comerciais registrados pelo país.

“Tivemos anos para discutir nossa relação comercial com a União Europeia e concluímos que devemos nos afastar desses déficits comerciais persistentes e prolongados, causados por políticas tarifárias e não tarifárias da União Europeia. Nosso relacionamento tem sido, infelizmente, longe de ser recíproco”, afirma o republicano na carta.

Nesse caso, além de definir a taxa em 30%, com vigência a partir de 1º de agosto, o presidente norte-americano também afirmou que os produtos transbordados — ou seja, que são reexportados para outro país —estarão sujeitos à tarifa mais elevada e reivindicou a abertura dos mercados europeus para os EUA.

“A União Europeia permitirá acesso completo e aberto ao mercado dos Estados Unidos, sem que tarifas sejam cobradas de nós, em uma tentativa de reduzir o grande déficit comercial. Se, por qualquer motivo, decidirem aumentar suas tarifas e retaliarem, qualquer que seja o valor, esse aumento será somado aos 30% que cobraremos”, disse o republicano no documento.

A taxação vem após o republicano afirmar que caminhava nas negociações com a UE. Segundo já indicado pela liderança do bloco, a expectativa é que a União Europeia feche um acordo bilateral com os Estados Unidos antes de 1º de agosto, com concessões para setores de exportação considerados importantes — como aeronaves, equipamentos médicos e bebidas alcoólicas.
Países repercutem a carta de Trump

Em resposta à carta de Trump, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, afirmou que as tarifas estabelecidas em 30% podem interromper cadeias de suprimento transatlânticas essenciais, “em detrimento de empresas, consumidores e pacientes de ambos os lados do Atlântico” — uma vez que a UE exporta uma quantidade significativa de medicamentos e produtos farmacêuticos para os EUA.

“A UE tem priorizado consistentemente uma solução negociada com os EUA, refletindo nosso compromisso com o diálogo, a estabilidade e uma parceria transatlântica construtiva”, afirmou a presidente do bloco, destacando que poucas economias no mundo se igualam ao nível de abertura e adesão às práticas comerciais justas como o bloco.

“Seguimos prontos para continuar trabalhando em direção a um acordo até 1º de agosto. Ao mesmo tempo, tomaremos todas as medidas necessárias para proteger os interesses da UE, incluindo a adoção de contramedidas proporcionais, se necessário”, acrescentou.

O gabinete da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou que Roma apoia plenamente os esforços da Comissão Europeia que devem ser intensificados nos próximos dias, e reiterou que é “fundamental manter o foco nas negociações”, uma vez que a maior polarização pode fazer com que seja mais difícil chegar a um acordo.

Já o primeiro-ministro holandês disse que as tarifas impostas pelos EUA são “preocupantes”, indicando que a taxação não era o caminho a seguir.
“A Comissão Europeia pode contar com o nosso total apoio. Como UE, devemos permanecer unidos e determinados na busca de um resultado com os Estados Unidos que seja mutuamente benéfico”, completou.
Já do lado do México, o ministério da economia do país afirmou que recebeu a carta dos EUA sobre as novas tarifas e reiterou que segue negociando com os EUA.

“Grupo de trabalho buscará alternativa antes de 1º de agosto para proteger empresas e funcionários”, disse em nota oficial.

Outras 23 nações já foram notificadas

Com as cartas enviadas ao México e à União Europeia, o presidente norte-americano já enviou notificações a outros 23 líderes globais, com taxas mínimas que as nações terão que pagar a partir de 1º de agosto caso não firmem um acordo comercial com os EUA.
Entre as 23 nações que receberam as cartas, o Brasil ficou com a taxa mais alta, com 50%. A menor tarifa foi anunciada para as Filipinas (20%).

Veja abaixo a lista de países que já receberam os documentos e as taxas anunciadas por Trump até o momento:

África do Sul: 30%
Argélia: 30%
Bangladesh: 35%
Bósnia e Herzegovina: 30%
Brasil: 50%
Brunei: 25%
Camboja: 36%
Canadá: 35%
Cazaquistão: 25%
Coreia do Sul: 25%
Filipinas: 20%
Indonésia: 32%
Iraque: 30%
Japão: 25%
Laos: 40%
Líbia: 30%
Malásia: 25%
México: 30%
Myanmar: 40%
Moldávia: 25%
Sérvia: 35%
Sri Lanka: 30%
Tailândia: 36%
Tunísia: 25%
União Europeia: 30%

Por G1/Globo / Foto: Carlos Barria/Reuters

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