A população da Bolívia define o destino do país neste domingo (15/8), e pode acabar com a hegemonia da esquerda após quase duas décadas seguidas de governo. Segundo a última pesquisa de intenção de voto divulgada antes do pleito, a previsão é de um segundo turno entre candidatos da direita. Mais de 7,5 milhões de bolivianos são esperados nas urnas neste domingo (17) para votar nas eleições presidenciais que podem tirar a esquerda do poder após mais de 20 anos de predomínio do MAS (Movimento ao Socialismo). Apesar de insistentes tentativas, o ex-presidente Evo Morales, que governou o país por quase 14 anos, não foi autorizado pela Justiça a se candidatar para outra reeleição. Já o atual presidente, Luis Arce, que chegou ao poder pela sigla de Evo em 2020, mas rompeu com ele durante o governo, também optou por não concorrer.
Com o partido MAS, que levou ambos ao poder, totalmente dividido e Morales pedindo que a população anule o voto, a esquerda aparenta poucas chances de chegar ao segundo turno com os dois candidatos da sigla, o também ativista cocaleiro e presidente do Senado Andrónico Rodríguez e o ex-ministro de Governo de Arce, Eduardo del Castillo.
O MAS está no poder da Bolívia quase continuamente desde 2006. O partido somente deixou de governar o país entre 2019 e 2020, quando Morales, após eleições presidenciais questionadas, foi pressionado pelas Forças Armadas do país a renunciar.
Em seu lugar, assumiu interinamente a então segunda vice-presidente do Senado Jeanine Áñez. Ela acabou condenada a 10 anos de prisão pelo O candidato com maior intenção de votos, segundo pesquisa do instituto Ipsos-Ciesmori realizada para a emissora boliviana Unitel, é Samuel Doria Medina, empresário que tenta pela quarta vez chegar à presidência, pela coalizão Alianza Unidad.
Dono das franquias das empresas de fast food Burger King e Subway na Bolívia, ele promete resolver, em 100 dias, a escassez de dólares e de combustível que castigam o país, e chega ao pleito com cerca de 21% das intenções de voto.
O ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga aparece como o segundo melhor posicionado para o primeiro turno, com 20% das preferências. Sua passagem pelo governo boliviano, entre 2001 e 2002, se deveu à renúncia do ex-ditador Hugo Banzer, de quem “Tuto” era vice. O direitista promete uma mudança radical no país, que inclui vender para o setor privado todas as estatais bolivianas.
episódio, considerado um golpe de Estado pelo governismo.




